terça-feira, 11 de março de 2008

Cavaleiros que dizem Ekki-Ekki-Ekki-Ekki-PTANG. Zoom-Boing. Z'nourrwringmm

Imagem conseguida no site SoundtrackCollector


O senso de humor britânico mostrado em filmes é algo muito peculiar. Eles fazem bem tanto humor pastelão ("Mr. Bean"), quanto humor fino e inteligente ("Quatro Casamentos e um Funeral", "Para o resto de nossas vidas", "Um lugar chamado Notting Hill") e quanto humor non-sense! E dentro dessa linha de humor é impossível não falar sobre uma trupe de lunáticos que cometeu a deliciosa heresia de brincar com uma das lendas mais clássicas de todos os tempos (e a qual é uma das fundamentações históricas da Grã-Bretanha). Estou falando do grupo Monty Python e a comédia "Monty Python e o Cálice Sagrado" de 1975.

A palavra de ordem é... desordem! Desconstruir a lenda do Rei Arthur, mostrando seus cavaleiros e o próprio monarca, em busca do Santo Graal, ordem emitida por Deus em pessoa, aliás, em Divindade (numa das cenas de efeitos especiais mais non-sense da história do cinema!), foi uma grande ousadia do grupo formado por Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin. Cada um do grupo interpreta vários personages durante o filme. E a integração entre eles é tão bacana que fica difícil de imaginar que eles tenham tido crises criativas e grande brigas durante a produção. Veja quem era quem na Távola Redonda:

Graham Chapman ... Rei Arthur
John Cleese ... Sir Lancelot - o Bravo
Eric Idle ... Sir Robin - o Não-tão-bravo-quanto-Sir-Launcelot
Terry Gilliam ... Sir Bors
Terry Jones ... Sir Bedevere
Michael Palin ... Sir Galahad - o Puro


Imagem conseguida no site Sacred-Texts


É impressionante ver como as cenas funcionam, mesmo que aparentemente não faça nenhum sentido a ligação entre elas. Se em alguns momentos a história se perde, o mesmo não se pode dizer das piadas: em sua grande maioria até hoje elas se mantém engraçadas, seja pelas gags visuais, seja pelo apelo que o grupo tem em nos fazer embarcar nessa louca jornada. Jornada essa que tem de tudo: desde bruxas sendo queimadas, passando por Cavaleiros da Floresta, guardas franceses, Pontes da Morte, cavaleiros cantores, bestas mortais e uma Inglaterra como nunca se viu.

Curiosamente, algumas piadas surgiram pela necessidade de cortes no orçamento do filme. Por exemplo, como não tinham dinheiro para alugar cavalos, cada cavaleiro é "seguido" por um fiel escudeiro que fica batendo duas cuias de côco imitando o barulho do galope dos cavalos. E que tal o desenho animado da terrível Besta de Aaaaauuuugggggghhh?

O trecho da Ponte da Morte é o meu favorito! Neste momento os valente heróis devem atravessar um precipício, só que para cruzar a ponte, eles devem responder três perguntas terrivelmente difíceis.

Guardião da Ponte: Pare! Quem pela Ponte da Morte passar, três perguntas deve acertar para ao outro lado chegar!
Sir Lancelot: Pois, faça as perguntas, Guardião da Ponte! Eu não tenho medo!
Guardião da Ponte: Qual... é seu nome?
Sir Lancelot: Meu nome é Sir Lancelot de Camelot.
Guardião da Ponte: Qual... é a sua missão?
Sir Lancelot: Encontrar o Cálice Sagrado!
Guardião da Ponte: Qual... é a sua cor favorita?
Sir Lancelot: Azul.
Guardião da Ponte: Pode passar. Livre pra continuar.

É claro que não vou entregar o resto da piada, mas para constar algumas das perguntas feitas pelo Guardião são: "Qual... é a capital da Assíria?" e "Qual... a velocidade das andorinhas no vôo de acasalamento?"
Alguém se aventurava a responder? ;)

Ni! Ni! Ni! Ni!

Imagem conseguida no site Sacred-Texts

Nenhum comentário: