quinta-feira, 20 de março de 2008

Não se esqueça de mim

Imagem conseguida no site IMDB.com


Tem um dito popular que afirma que as pessoas entram e saem das nossas vidas e sempre deixam suas marcas, maiores ou menores. Lembro de quantas pessoas foram colegas meus de escola, mas com os quais nunca conversei, ou nunca tive a chance de ser amigo (ou não busquei essa chance) e acabaram simplesmente passando. Hoje imagino quanta coisa poderia ter aprendido ou quantas pessoas legais deixei de ter no meu ról de amizades por causa disso.

Numa época onde tudo são descobertas, onde temos pressa de crescer e participar do mundo, acabamos não enxergando as pessoas que estão ao redor, e nos fechamos em "grupinhos" por afinidades ou então nos isolamos de tudo. E quando somos obrigados a confrontar as diferenças nos vemos amendrontados de desconbrir (ou revelar) nossos pequenos defeitos e angúsitas. É com esse espírito de descobertas, que o filme "Clube dos Cinco" chegou ao cinema em 1985 e conquistou o público jovem, mostrando sem pieguices a adolcescência através do ponto de vista de um grupo de jovens totalmente diferentes entre si (ou será que eram mais parecidos do que imaginavam?).

A história é bem simples: cinco jovens são obrigados a cumprir detenção na escola, durante um sábado inteiro. Confinados numa sala, e sob a surpevisão do diretor, os 5 são obrigados a escrever uma redação sobre suas atitudes. Cada um dos 5 tem uma razão para estar ali. E cada um dos 5, sem saber, vai fazer a diferença na vida dos outros que ali estão. O que em principío poderia cair num estereótipo gigantesco, acaba se tornando uma análise muito forte da personalidade dos 5 já que o filme todo é baseado na relação que se desenvolve entre eles no período em que estão detidos na escola. São 5 jovens cada um com uma mentalidade diferente, uma história de vida diferente e que são obrigados a confrontar suas realidades e expor-se perante os outros. E essa exposição ocorre de forma tão espontânea (com diálogos fabulosos!) que somos carregados nessa análise e acabamos nos identificando com um, dois e - em alguns casos - com os 5 personagens centrais: uma patricinha, um rebelde, um nerd, um atleta e uma garota-estranha.

O elenco - formado por Emílio Estevez (o atleta), Molly Ringwald (a patricinha), Anthony Michael Hall (o nerd), Judd Nelson (o rebelde) e Ally Sheedy (a estranha) - dá um show ao protagonizar diálogos tão sinceros, que em alguns momentos, acreditamos que eles não estão interpretando. Mérito do diretor e roteirista John Hughes. Os conflitos iniciais que esse confinamento impõe aos jovens acabam caindo por terra à medida em que eles vão baixando sua guarda e revendo seu modo de agir e as razões pelas quais cada um foi detido. É engraçado e é comovente. A música tema do filme "Don't you forget about me", da banda Simple Minds, até hoje é um considerada um hit dos anos 80.



Imagem conseguida no site IMDB.com

sexta-feira, 14 de março de 2008

Medo de Dormir

Imagem conseguida na Wikipedia

Se você viveu a década de 80 e gosta pelo menos um pouquinho de filmes já ouviu falar com certeza em Freddy Krueger. O famoso assassino dos sonhos fez seu debut na tela grande no filme que se tornou sucesso imediato "A Hora do Pesadelo".

O filme, lançado em 1984, mostrava uma cidadezinha americana chamada Springwood onde um grupo de adolescentes era assombrado por pesadelos com um homem disfigurado usando uma luva com lâminas. O único detalhe é que os adolescentes quando feridos em seus pesadelos acordavam feridos também, tornando o horror de dormir muito mais real. Com isso, se forma uma onda de adolescentes lutando para não dormir.

O título original do filme "Nightmare on Elm Street" (Pesadelo na Rua Elm) já nos dava a idéia de que havia uma ligação entre os adolescentes. Mais especificamente, entre os pais destes: no passado, os pais revoltados de Springwood mataram Freddy Krueger, um assassino de crianças que foi inocentado pela justiça (através da artimanha de advogados corruptos). Com a absolvição de Krueger, os pais queimaram o assassino vivo e o mesmo jurou vingança. A vingança vem com o assassinato dos filhos deles e no único lugar onde os pais não podem protegê-los: em seus sonhos, ou melhor, pesadelos.


Imagem conseguida no site Rubbermugs


Logo criou-se uma franquia, onde o obejtivo era explorar o máximo possível o visual 'gore' das mortes causadas por Kruegger e a idéia bacana do primeiro filme meio que se perdeu em um tom de comédia que permeou a série. E valia tudo para atrair o público ao cinema, até mesmo fazer um filme cujos últimos 20 minutos foram feitos para ser assistidos com óculos "3D". Dos 8 filmes, os mais bacanas são o primeiro, o terceiro, o quarto e o sétimo (respectivamente "A hora do Pesadelo", "A hora do Pesadelo 3 - Guerreiros dos Sonhos", "A hora do Pesadelo 4 - Mestre dos sonhos" e "Novo Pesadelo"). Além dos filmes o personagem ganhou uma série de TV, histórias em quadrinhos e até jogos de video-game, tamanho era o "carisma" do mesmo. O ator Robert Englund (o homem por trás da maquiagem) se tornou uma celebridade, e Kruger é até hoje seu papel mais marcante.

No decorrer dos filmes acabamos descobrindo muitas coisas a respeito de Freddy: o mesmo era filho de Amanda Krueger, uma noviça que foi trancada acidentalmente em um manicômio onde passou dias em poder dos loucos e foi estuprada dezenas de vezes. Quando foi encontrada, a moça estava grávida e muito perturbada mentalmente. O garoto foi levado para um lar adotivo onde sofria abusos por parte do dono da casa (interpretado pelo roqueiro Alice Cooper) e era vítima da "crueldade infantil" de seus 'coleguinhas' de escola (os futuros pais justiceiros que o queimaram até a morte). Quando adulto, Freddy, casado e com uma filha, trabalhava na usina de força da cidade e tinha o hábito de levar criancinhas para "brincar" ali, onde ele as matava com requintes de sadismo (reflexo de toda a crueldade que sofreu na infância nas mãos dos pais daquelas crianças). Toda essa história é contada nos filmes, e parte que se refere ao julgamento e vingança dos pais é mostrada no primeiro episódio da série de TV (salvo engano, o nome em português do episódio é "Nunca mais um bom rapaz").

Além das criativas cenas de morte, algumas muito engraçadas como a menina que se transforma numa barata antes de ser morta, Uma das coisas marcantes nas histórias era a presença de criancinhas vestidas de branco, pulando corda e cantando a musiquinha que resumia bem o espírito do filme:


"One, Two, Freddy's coming for you
Three, Four, better lock your door
Five, six, grab your crucifix.
Seven, Eight, gonna stay up late.
Nine, Ten, never sleep again"

"Um, Dois, Freddy vem te pegar
Três, Quatro, é melhor trancar a porta
Cinco, seis, agarre seu crucifixo
Sete, oito, fique acordado até tarde
Nove, Dez, nunca mais durma de novo"



Há rumores de que vão fazer um "remake" do primeiro filme. Tomara que não o estraguem!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Círculo da Vida

Dia 12 de março! E quanta coisa acontecendo hoje: Isadora, minha afilhadinha está completando 4 aninhos de idade, e uma amiga muito querida está prestes a ter seu primeiro filho. Um parto antecipado pela "pressa" do bêbe em nascer. Em homenagem a elas, o post de hoje vai ser sobre crianças e bêbes, criaturinhas que nos impressionam a cada dia e que, por mais que tenham suas fases "chatas", são um presente de Deus aos pais e padrinhos. :D

Então, ao invés de falar sobre um filme especificamente, vou fazer aqui uma lista de filmes que me marcaram de alguma forma e que falem sobre crianças (de todas as idades) e sua relação com os adultos (de todas as idades também!).


Imagem conseguida no site IMDB.com

1) "Olha quem está falando" - uma comédia que surpreendeu muitas pessoas por mostrar o ponto de vista de um bebê recém-nascido, suas impressões sobre os adultos que o cercam, sua forma (muito bem-humorada) de lidar com o mundo que o cerca. Filme com Kirstie Alley, John Travolta, Olympia Dukakis e Bruce Willis, dublando o bêbe Mikey.


Imagem conseguida no site IMDB.com

2) "Mentes que Brilham" - a história de Fred Tate, um garotinho que se vê dividido entre ser uma criança normal ou um pequeno gênio. O filme mostra o "duelo" entre a mãe interpretada por Jodi Foster - que acredita que o filho precise ter uma infância normal, com brinquedos e festinhas, e todas as oportunidades que ele necessite - e a professora interpretada por Diane Wiest que acha um desperdício não aproveitar todo o potencial de Tate e prefere que o menino seja estimulado em toda sua capacidade intelectual.


Imagem conseguida no site IMDB.com

3) "A Malandrinha" - Curly Sue é uma garotinha que vive de pequenos golpes com Bill Dancer (James Belushi) e que vê seu mundinho sacudido ao aplicarem um golpe em uma milionária Grey Ellison (Kelly Linch) que conquista o coraçãozinho da pequena. Enquanto Bill acha que será melhor deixar a garotinha para que Grey tome conta, Curly Sue tem outros planos e acaba usando todo seu encanto infantil para acertar a vida desses adultos.


Imagem conseguida no site IMDB.com

4) "Peter Pan" - é uma história fabulosa sobre o medo das crianças de se tornarem adultas e perder a magia da infância. Após descobrir que terá que ser educada como uma mocinha de sua época, e com isso deixar de lado as brincadeiras, Wendy Darling encontra Peter Pan, o menino que nunca envelhece e, junto com seus irmãos Michael e John, viaja voando para a Terra do Nunca, local cheio de aventuras. Foram várias as adaptações dessa história. A mais recente contava com Jeremy Sumpter como Peter Pan, Rachel Hurd-Wood como Wendy Darling e Jason Isaacs (o Lucius Malfoy da série de filmes "Harry Potter") no papel duplo de Sr. Darling e do famigerado Capitão Gancho.


Imagem conseguida no site IMDB.com

5) "Parenthood - O tiro que não saiu pela culatra" - um filme para pais e futuros pais. A história da família Buckman e a relação entre eles e seus conjuges e filhos. O título "Parenthood" se refere exatamente à fase da paternidade/maternidade e a sensação de ter sempre que estar no controle de tudo quando a coisa que mais se quer é voltar a ter alguém tomando conta de nós. O filme mostra pais que acham que os filhos tem que ser campeões em tudo, pais que não conseguem dialogar com os filhos, pais descobrindo que os filhos cresceram, pais que tentam ser o melhor para os filhos, e pais que também são filhos. Ao contrário do subtitulo em português "o tiro que não saiu pela culatra" e por mais que seja uma comédia, o filme tem momentos emocionantes e que nos fazem refletir sobre nossa relação com nossos pais e, com os filhos - no caso dos que já são papais e mamães.

Encerro esse post com um PARABÉNS para Wendy e Tiago que estão inciando hoje a aventura de criar um filho! :) E com um PARABÉNS para minha querida afilhadinha Isadora!

terça-feira, 11 de março de 2008

Cavaleiros que dizem Ekki-Ekki-Ekki-Ekki-PTANG. Zoom-Boing. Z'nourrwringmm

Imagem conseguida no site SoundtrackCollector


O senso de humor britânico mostrado em filmes é algo muito peculiar. Eles fazem bem tanto humor pastelão ("Mr. Bean"), quanto humor fino e inteligente ("Quatro Casamentos e um Funeral", "Para o resto de nossas vidas", "Um lugar chamado Notting Hill") e quanto humor non-sense! E dentro dessa linha de humor é impossível não falar sobre uma trupe de lunáticos que cometeu a deliciosa heresia de brincar com uma das lendas mais clássicas de todos os tempos (e a qual é uma das fundamentações históricas da Grã-Bretanha). Estou falando do grupo Monty Python e a comédia "Monty Python e o Cálice Sagrado" de 1975.

A palavra de ordem é... desordem! Desconstruir a lenda do Rei Arthur, mostrando seus cavaleiros e o próprio monarca, em busca do Santo Graal, ordem emitida por Deus em pessoa, aliás, em Divindade (numa das cenas de efeitos especiais mais non-sense da história do cinema!), foi uma grande ousadia do grupo formado por Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin. Cada um do grupo interpreta vários personages durante o filme. E a integração entre eles é tão bacana que fica difícil de imaginar que eles tenham tido crises criativas e grande brigas durante a produção. Veja quem era quem na Távola Redonda:

Graham Chapman ... Rei Arthur
John Cleese ... Sir Lancelot - o Bravo
Eric Idle ... Sir Robin - o Não-tão-bravo-quanto-Sir-Launcelot
Terry Gilliam ... Sir Bors
Terry Jones ... Sir Bedevere
Michael Palin ... Sir Galahad - o Puro


Imagem conseguida no site Sacred-Texts


É impressionante ver como as cenas funcionam, mesmo que aparentemente não faça nenhum sentido a ligação entre elas. Se em alguns momentos a história se perde, o mesmo não se pode dizer das piadas: em sua grande maioria até hoje elas se mantém engraçadas, seja pelas gags visuais, seja pelo apelo que o grupo tem em nos fazer embarcar nessa louca jornada. Jornada essa que tem de tudo: desde bruxas sendo queimadas, passando por Cavaleiros da Floresta, guardas franceses, Pontes da Morte, cavaleiros cantores, bestas mortais e uma Inglaterra como nunca se viu.

Curiosamente, algumas piadas surgiram pela necessidade de cortes no orçamento do filme. Por exemplo, como não tinham dinheiro para alugar cavalos, cada cavaleiro é "seguido" por um fiel escudeiro que fica batendo duas cuias de côco imitando o barulho do galope dos cavalos. E que tal o desenho animado da terrível Besta de Aaaaauuuugggggghhh?

O trecho da Ponte da Morte é o meu favorito! Neste momento os valente heróis devem atravessar um precipício, só que para cruzar a ponte, eles devem responder três perguntas terrivelmente difíceis.

Guardião da Ponte: Pare! Quem pela Ponte da Morte passar, três perguntas deve acertar para ao outro lado chegar!
Sir Lancelot: Pois, faça as perguntas, Guardião da Ponte! Eu não tenho medo!
Guardião da Ponte: Qual... é seu nome?
Sir Lancelot: Meu nome é Sir Lancelot de Camelot.
Guardião da Ponte: Qual... é a sua missão?
Sir Lancelot: Encontrar o Cálice Sagrado!
Guardião da Ponte: Qual... é a sua cor favorita?
Sir Lancelot: Azul.
Guardião da Ponte: Pode passar. Livre pra continuar.

É claro que não vou entregar o resto da piada, mas para constar algumas das perguntas feitas pelo Guardião são: "Qual... é a capital da Assíria?" e "Qual... a velocidade das andorinhas no vôo de acasalamento?"
Alguém se aventurava a responder? ;)

Ni! Ni! Ni! Ni!

Imagem conseguida no site Sacred-Texts

segunda-feira, 10 de março de 2008

Morcegos me mordam!

Imagem conseguida no site Omelete


E eis que 2008 promete! Depois de ver a franquia "Batman" naufragar nas bilheterias em 1997 (num mar de gelo derretido após o fiasco de "Batman e 'ahhh...eu tô maluco' Robin" - com George Clooney, Chris O'Donnel, Uma Thurman e Arnold Schwarzenegger), eu e tantos fãs do Homem-Morcego fomos brindados, em 2005, com a reinvenção da franquia através das mãos do diretor e roteirista Chistopher Nolan (que assinou os também ótimos "Amnésia" e "O Grande Truque"). O filme "Batman Begins", recontou o início da história do Homem-Morcego, dando um tom mais realista ao personagem e mostrando uma Gothan City como nunca vimos.

Agora, é hora de saber o que ocorreu com a cidade de Gothan após os eventos do primeiro filme. E é essa história que "The Dark Knight - O Cavaleiro das Trevas" vai contar. Com o título inspirado numa das minisséries em quadrinhos mais famosas que abordaram o universo Batman (assinada por Frank Miller), o filme vai mostrar a relação entre justiça (no papel do Promotor-público Harvey Dent - interpretado por Aaron Eckhart) e justiceiro (Batman, novamente interpretado por Christian Bale) e a desses dois com o crime organizado (o mafioso Salvatore Maroni, interpretado por Eric Roberts) e a insanidade em pessoa (o aguardadíssimo Coringa, interpretado por Heath Ledger - ator que faleceu recentemente).

Pelas fotos de produção, já dá para ter um gostinho do que será o filme e de que vale a pena esperar...

Imagem conseguida no site Omelete

sexta-feira, 7 de março de 2008

"Billie Jean is not my lover"... mas eu queria que fosse minha irmã!

Imagem conseguida no site MovieGoods


Quando vi pela primeira vez "A Lenda de Billie Jean" numa Sessão da Tarde qualquer, fiquei encantado com a personagem título, interpretada por Helen Slater. O que o filme tem de especial? Tudo! Num mundo onde todo mundo quer levar vantagem, a única coisa que Billie Jean Davy quer, é justiça. E como isso ela acaba se tornando uma guerreira com uma pequena legião de seguidores aos 17 anos! Em sua 'pequena cruzada' Billie Jean nos envolve em uma história que é engraçada e com muita aventura. O tipo de filme clássico da década de 80.

O filme tem ainda Christian Slater que, apesar da coincidência de sobrenome artístico (seu nome real é Christian Michael Leonard Hawkins) e de interprtear o irmão de Helen Slater (cujo nome real é Helen Rachel Schlacter), não tem nenhum parentesco com ela na vida real. Seu personagem, Binx, é o estompim da história já que, por causa dele, a menina que vive num trailer vai se tornar uma heroína em nível nacional. O espírito combativo dos dois, e a determinação pela qual Billie Jean luta para defender o que acredita me fez querer ter Helen Slater como irmã mais velha!

Além da dupla, o filme ainda tem participações de Keith Gordon (que estreou alguns bons filmes nos anos 80 - "Vestida para Matar", "Christine - o carro assassino", "Devolta às aulas" - e que hoje atua somente como diretor) como um garoto rico e entediado que se envolve com Billie Jean e seus amigos, Yardley Smith (que dubla Lisa Simpson na versão em inglês do desenho "Os Simspsons") interpretando Putter uma das amigas de Billie Jean e que tem alguns dos melhores diálogos do filme, e Peter Coyote (que esteve em uma dezena de filmes bacanas entre eles "E.T. - O Extraterrestre" e "Que sorte danada! e no polêmico "Lua de Fel") como um delegado encarregado de resolver a situação.

Para quem não assistiu este filme, ou não se lembra, a história é a seguinte: Billie Jean e Binx são irmãos que vivem com a mãe num 'camping', que, após terem sua moto danificada por um filhinho de papai, acabam se metendo numa encrenca ao tentar cobrar do pai do rapaz o dinheiro para o conserto da moto. É nessa hora em que o filme mostra a que veio: Billie Jean tem 17 anos e, para a polícia, é a palavra dela contra a do pai do rapaz, que acabou sendo baleado na confusão. Billie Jean, Binx, Putter e Ophelia (Martha Gehman, dos filmes "Três Formas de Amar" e "Da Magia à Sedução") saem então pelos Estados Unidos como fugitivos e em busca de justiça: que para Billie Jean siginfica U$608 e um pedido de desculpas.

A duas tag lines que foram usadas nos cartazes de divulgação do filme eram emblemáticas: "When you're seventeen, people think they can do anything to you. Billie Jean is about to prove them wrong" (Quando se tem 17 anos, as pessoas acham que podem fazer qualquer coisa contra você. Billie Jean vai provar que eles estão errados) e "The last thing she ever expected was to become a hero" (A última coisa que ela poderia imaginar era se tornar uma heroína).

quinta-feira, 6 de março de 2008

Promessa para 2008

Imagem conseguida no site Omelete


Estou no maior suspense para assistir ao novo filme do arqueólogo! Indiana Jones é um ícone do cinema e um exemplar de uma franquia que, em três filmes, deu uma roupagem toda especial ao cinema-aventura. Foram três filmes que marcaram época:

1) "Os Caçadores da Arca-Perdida" - o professor-arqueólogo tem que evitar que um grupo de inexcrupulosos cientistas se apropiem dos segredos contidos na Arca da Aliança (biblicamente, onde Moisés guardou as tábuas originais com os 10 Mandamentos) e o qual contém uma das cenas mais emblemáticas de toda a série, quando ao retirar um artefato de seu pedestal o Herói é perseguido por uma bola de pedra gigantesca.

2) "Indiana Jones e o Templo da Perdição" - na Índia, para ajudar uma aldeia 'amaldiçoada', Indy precisa resgatar uma pedra que foi roubada por um grupo satânico. Destaque para a cena do jantar com iguarias finíssimas: filhotes de cobra, cérebro de macaco etc... X-Nema também é culinária! Curiosidade: foi com esse filme que Steven Spilberg, o diretor, conheceu sua atual esposa Kate Capshaw (a loiraça, Willie).

3) "Indiana Jones e a Última Cruzada" - considerado por vários fãs como o melhor filme da trilogia. Na história Indy é obrigado a confrontar seu pai (o também arqueólogo Henry Jones - interpretado brilhantemente por Sean Connery) enquanto os dois lutam para impedir que os nazistas consigam localizar o Santo Graal. Uma das cenas mais engraçadas é o breve encontro entre Indy e - ninguém mais, ninguém menos - Adolph Hittler. Uma pequena pérola em meio ao grande tesouro que é o filme.

O nova incursão do arqueólogo no cinema será o filme "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e, apesar do nome "a la Xuxa", é um filme que promete muito! Estamos no aguardo...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Comédia inteligente

Pense numa comédia despretensiosa, inteligente e muito divertida. Se você pensou em "Juno", meus parabéns: você assistiu a um dos filmes mais bacanas dos últimos tempos. De uns tempos para cá, sempre uma comédia inteligente tem tomado as telas de cinema de assalto e cativado público e crítica. Eles lançam o filme como quem não quer nada, alguns até fazem um marketing leve em cima dos filmes e de repente BOOM o filme se torna sucesso graças a propaganda feita pelos próprios espectadores e isso alavanca as campanhas de marketing mais fortes. Resultado? Sucesso, e muito merecido!


Imagem conseguida no Blogy* do Mans


Foi assim com a grande surpresa de 2007 "Pequena Miss Sunshine" e agora ocorre novamente com "Juno". Muita gente tem comparado o sucesso dos dois filmes e, no fundo, é uma comparação justa no que se refere à relação de custo-benefício: são filmes com orçamento baixo em relação aos mega-blokbusters hollywoodyanos, mas que renderam muitíssimo bem nas bilheterias, novamente graças ao público que se encarregou de divulgar os filmes. Outro ponto em comum é o roteiro inteligente, cativante, com atores afiadíssimos (atores mesmo e não "astros e estrelas de ego inflado") e que foge dos clichês de forma interessante.


"Juno" tinha tudo para ser um dramalhão ou uma comédia adolescente bobinha. A história é simples: uma garota de 16 anos descobre que está grávida e tem que decidir como lidar com isso. O que muitos roteiristas levariam horas para contar, em "Juno" é dito logo no começo da história, ou seja, o filme não perde tempo e já nos apresenta logo a decisão que a garota tomou e como isso afeta a vida dela e de todos a que a cercam. Não é um filme moralista, nem que se propõe a resolver todas as questões sobre "direito à vida" e "gravidez adolescente". É algo humano, sincero e muito, muito divertido.


O destaque do roteiro está nos diálogos rápidos, diretos e marcantes ditos pelos personagens de forma tão natural que é como se estivéssemos vendo uma conversa real, sem textos decorados nem frases feitas, mas nem por isso menos interessante ou vulgar. São diálogos inteligentes, nunca forçados. Diablo Cody (que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original) estava inspiradíssima quando resolveu contar essa história. E quando tudo nos leva a crer que teremos clichês à vista, Cody supreende, com a segurança enorme de quem sabe o que está fazendo, nos enganando sobre os rumos da história e conduzindo a trama em um sentido bem fora do comum, provando que há formas interessantes de se contar história sem apelar para o óbvio.


O elenco está impecável. Ellen Page foi merecidamente indicada ao Oscar. A atriz canadense fez de Juno MacGuff uma personagem carismática e que pode vir a se tornar um ícone do cinema adolesecente. Allison Janney (de "10 Coisas que eu Odeio em Você" e "As Horas") e J.K. Simmons (o JJ Jamerson de "Homem-Aranha") como a madrasta e o pai de Juno estão fabulosos e nos brindam com atuações excelentes e uma precisão fenomenal nos diálogos. Michael Cera também tem uma atuação inspiradíssima como o pai do bebê que assiste a tudo como um mero coadjuvante e que tem alguns dos momentos mais doces do filme ao lado de Ellen. Jennifer Garner (do seriado "Alias") e Jason Bateman( do filme "O ex-namorado da minha namorada") interpretam um casal que acompanha a gravidez de Juno e Olivia Thirlby (do filme "Vôo 93") interpreta sua melhor amiga, Leah.


Imagens conseguidas no site IMDB.com


Conclusão: tudo neste filme funciona em favor da história. "Juno" é um filme apaixonante desde os fantásticos créditos de abertura. Que Diablo Cody nos brinde com mais histórias bacanas e que os produtores Hollywood entendam que não é preciso muito para fazer um filme ser engraçado: basta um pouco de criatividade e não apelar apenas para piadas grotescas.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Quão perto você deixa alguém se aproximar?

Tem um ditado que diz "se olhar de perto, vê-se que ninguém é normal". A questão é: quão perto você deixa alguém se aproximar e ver sua verdadeira natureza? Revendo esses dias o filme "Closer - perto demais" comecei a me questionar sobre a razão que move a pessoas em sua busca por amor e carinho e sobre o quanto cada um está disposto a revelar de si próprio para quem se aproxima.


Imagem conseguida no site IMDB.com


Assisti a este filme em Vila Velha, e, na época disse, "é fácil de perceber que este filme não é americano". E ainda hoje mantenho minha opinião. Os ingleses parecem ter uma sensibilidade maior para tratar de relações humanas em seus filmes. Desde que assisti "Quatro Casamentos e um Funeral" e "Para o Resto de Nossas Vidas", me tornei fã dos filmes britânicos. Ambos foram comédias que discutiam relacionamentos sem cair na fórmula maniqueísta da grande maioria dos filmes americanos que mostram personagens rasos e previsíveis. Não é a toa que no filme de Mike Nichols as duas personagens femininas são americanas, mostrando em contraposição que a 'mulher bem sucedida e solitária' e a 'menina misteriosa e sedutora' são mais complexas quando vistas 'mais de perto'. O interessante do filme é apresentar uma história que não é 'mastigada' ou previsível, por mais que possamos adivinhar o que vai acontecer com os personagens durante a trama, isso soa como algo natural pelo desenrolar da história e não como clichê.

"Closer - Perto demais" não conta algo inovador, não inventa um tema novo nem cria debates sobre fidelidade, companheirismo e paixão. O mérito do filme é nos mostrar pessoas "reais" envolvidos em situações reais. Vai ser difícil encontrar pessoas que não se identifiquem com a história (ou que nunca tenham dito nenhuma daquelas frases declamadas pelos personagens, ou outras tantas que são ditas diariamente e que servem como fermento das relações a dois). O filme não se propõe a ser um estudo sobre o íntimo de seus personagens e, no entanto, é tão sincero ao mostrar como um relacionamento pode ser afetado por determinadas situações que é como se conhecessemos cada sonho, cada pensamento de cada um dos personagens baseado apenas em suas reações ante tais situações.

O elenco está afinadíssimo: Clive Owen é o homem moderno, estudado mas que mantém sua essência ancestral de predador. Chega ao ponto de ser egoísta e narcisista, dando a impressão de ser rude e cruel. Abalado por suas paixões, ele personifica o chamado "homem retro-sexual" sedutor e canalha, mas que demonstra uma sensibilidade (a sua maneira, é claro!) quando sua vida é atravessada por mulheres que despertem nele uma auto-compaixão e a necessidade de estar com alguém. No outro lado da moeda, está Jude Law: o homem sensível, que quer sempre saber tudo que se passa mas que ignora a realidade em favor de seus desejos. Hedonista, emocionalmente imaturo mas ainda assim, guerreiro e ousado. Ele luta pelo que quer, mas chora ao perder. Não consegue entender o que se passa e nem consegue manter-se em uma relação mais duradoura pois quando algo o incomoda ele perde a noção de si próprio e entra em uma paranóia que acaba detonando tudo o que construiu.

Imagem conseguida no site IMDB.com


No time feminindo temos Julia Roberts como uma mulher independente, mas que não encontrou a realização afetiva e se envolve com homens em busca de entender a si própria e como forma de preencher a solidão que a atormenta após as horas de trabalho. É emocionalmente frágil e não consegue decidir qual a melhor opção a seguir, pois sente a brutal necessidade de estar com alguém. Já Natalie Portman é a mulher moderna, independente e que não se apega. Ela faz o tipo que se apaixona e depois é capaz de sumir com um estalar de dedos. Mas no fundo é uma menina em busca de si própria e que deixa de gostar de alguém com a mesma facilidade com que se apaixona, porém não pára de buscar sua felicidade. Quando confrontada com o lado ruim de suas paixões, ela se desliga e some em busca de um novo amor, de uma nova vida, de uma nova razão para amar...

Mesmo com essas definições, cada uma destas pessoas é mais complexa do que aparenta. Elas nunca se revelam por completo e nem sempre seus olhos mostram exatamente o que suas bocas estão dizendo. Há algo escondido nos olhares perdidos, nos gestos subentendidos, nas frases às vezes vãs. E quanto mais nos aproximamos deles, vemos novas nuances e surpresas mostrando a complexidade que envolve os sentimentos humanos. São personagens que, em sua essência, são complementares uns aos outros. Acreditam que comandam suas vidas quando, no entanto, estão se deixando levar pelas situações e tendo seus destinos decididos através das decisões alheias. "Closer - perto demais" não é um filme que vai agradar a todas as audiências, mas que vai deixar todos pensando sobre sua história, independente de terem gostado ou não do filme.

Finalizo com uma das 'tag lines' que foram utilizadas para o cartaz do filme: "If you believe in love at first sight, you never stop looking" ("Se você acredita em amor a primeira vista, você nunca pára de procurar" - tradução livre).