sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Transfã assumido

Foto tirada na Transcon 2007


Todo mundo que se diz fã de alguma coisa sabe o quanto é gostoso a sensação de estar diante daquilo que te faz querer cometer pequenas loucuras em nome de uma paixão. Alguns são fãs de artistas, de esportes, de brinquedos enfim... tem fã pra tudo!

Como não sou muito diferente, eu também tenho minhas "fãzices": Computação Gráfica, cinema, efeitos especiais e... TRANSFORMERS!!!! E quando essas paixões se juntam num filmaço é muito, muito gratificante.

Sou fã do desenho desde que era garotinho. Quando me lembro que assisti a estréia do desenho no Brasil (lá em meados de 1985) fico com uma sensação de nostalgia imensa. Tenho alguns Episódios gravados em VHS (alguns cortesia de um amigão, Igor), tenho algumas das HQs (compradas, em sua maioria, em sebos de revistas) e até episódios baixados pelo YouTube. E para quem é fã dos "robôs que se disfarçam" e que são "mais do que aparentam aos olhos", existe até nome: Transfã.

Desde que ouvi os primeiros rumores sobre a produção do filme, fiquei empolgadaço com a idéia de ver meus brinquedos favoritos na tela grande. Como todo fã passei alguns preocupações ao ver que o visual dos personagens não era bem como eu os conhecia (hoje entendo a razão real disso!) e fiquei com medo de que estragassem um conceito tão bacana com um filmeco caça-níqueis. Como eu estava enganado e que surpresa deliciosa foi assistir o filme (ainda mais em companhia de pessoas fantásticas - algumas que nem eram fãs e curtiram e vibraram tanto quanto eu).

Imagem conseguida no site Cinema com Rapadura


Abaixo vou transcrever parte do texto que enviei a um grupo de amigos (Família ZEP Movies), no ano passado, comentando o filme e já com algumas 'atualizações'.

Galera: eu esperei 22 anos para ver esse filme. É sério! Eu assisti Transformers quando o desenho estreou na Globo, em 85, e foi paixão à primeira vista! Eu simplesmente amo esse universo como um todo.

Imagem conseguida no site Unicron


Dos desenhos, parti para as HQs, tive alguns dos brinquedos (nunca os originais do desenho que só começaram a sair por aqui oficialmente anos depois, e que eram caríssimos). Mas, não me importava, afinal, Transformers era mais que os brinquedos: era imaginação! Quando soube que haviam planos para fazer o filme me tornei um 'caçador' de notícias na Web. Queria saber cada passo, cada detalhe, conhecer tudo sobre a produção. Como todo fã, fiquei muito preocupado com o rumo da história, com a qualidade do roteiro, com o tratamento dos personagens e, acima de tudo, com o visual dos mesmos.

Imagem conseguida no site Unicron


Sempre critiquei a galera que era excessivamente purista (e que queria ver na tela exatamente o que eles viam nos quadrinhos ou nos desenhos ou nos livros, ou seja, no material de referência da história). Então quando eu via algum 'doido' condenando o Bryan Singer ao Mármore do Inferno pq os uniformes dos X-Men eram pretos (e não aquelas peças colantes coloridas) eu achava muito exagero. Mas, para minha surpresa, me vi da mesma forma quando começaram a sair os primeiros desenhos de produção dos robôs dos Transformers. É claro que eu não esperava um Megatron que virasse uma pistola que coubesse na mão de uma pessoa (a não ser que o Megatron tivesse menos de um metro de altura - o que seria trágico para o filme e 'quase perfeito' para os puristas já que ele manteria sua forma do desenho original). O lance do filme foi traduzir para o mundo real um ambiente fantasia. Ou seja, leis da física tinham que ser respeitadas. Por exemplo, sabemos que o tamanho de um carro esportivo (como um Camaro ou um Pontiac) é muito inferior ao tamanho de um tanque ou de um Caça F-22. Eis que no filme vemos que há uma diferença sensível na altura dos Autobots e dos Decepticons. De qualquer forma, respeitando, é claro, a física, fiquei muito assustado com o visual dos robôs (todos, no desenho, eram bem quadradinhos e bem definidos - mas que tinhas 'peças' que voavam durante algumas das transformações, pneus que surgiam do 'nada' e etc). Mesmo sendo irreal, era o que eu esperava quando soube do filme e me assustei com os desenhos que via na Net. Hoje eu concordo que, se tivessem adotado o visual do desenho, poderia ficar parecendo um filme dos Power Rangers".

Imagens conseguidas nos sites 3DBlasphemy e Cinema com Rapadura, respectivamente.


Para minha surpresa, rapidamente, me acostumei com as imagens e, ao ver os trailers e spots de TV me tornei apaixonado por aqueles designs. E comecei a ficar doido pelo material de divulgação. Nesse momento comecei a temer pela história. O visual estava ficando excepcional, os trailers eram de tirar o fôlego, estava alucinante assistir incontáveis vezes em busca de novas pistas, novos detalhes. Mas, comecei a acreditar que o roteiro seria babaca a ponto de se tornar um fiasco, afinal todos falavam que "o filme tinha que ser humano" e "a história não é sobre uma guerra mas sobre um garoto e seu carro". Entre outras coisas... Fiquei muito, muito apreensivo, mas curava minha ansiedade com os trailers e as cenas de ação que conseguia ver nos spots.

Enfim, o filme estreou. Gostei. Aliás, gostei muito! Na verdade, eu ADOREI, AMEI o filme. Levando em consideração que era um filme do Michael Bay, nem ele conseguiu estragar meu prazer de ver esse filme. Minhas expectativas foram superadas. Primeiro pq o foco da ação não era na 'lenga-lenga melo-romantica' (cara, eu juro que se o foco da história fosse a relação entre o Sam e a Mikaela - efeito Titanic - eu surtava) nem nas cenas 'bullet-time' de Matrix. Isso levando em consideração que, quando anunciaram a data de estréia do filme, não havia sequer um roteiro escrito! O filme quase saiu a toque-de-caixa. E observando a qualidade gráfica (direção de arte, efeitos especiais e uma fotografia com bons momentos - mas não todos!) é de se estranhar que o mesmo tenha utilizado metade do orçamento de outras grandes produções como "Homem-Aranha 3" e "Piratas do Caribe - No fim do Mundo".

Havia um contexto por trás dos efeitos fabulosamente trabalhados, e sei que muitos de vocês vão discordar de mim, mas eu vi nexo na história e no roteiro. E não me senti 'ofendido' nem 'chamado de idiota'. A história dos Transformers é muito simples nos desenhos: não há nada de muito dramático ou complexo. É quase maniqueísta: o grupo do mal é 100% mal e quer destruir o grupo do bem e tudo que estiver pela frente. O grupo do bem quer defender tudo e todos a qualquer custo. Vamos levar em consideração um detalhe: Eles são robôs!!! Lógica binária não tem meio termo: ou é bom ou é ruim, Ou quente ou frio - não tem morno! Os Decepticons são programados para detonar tudo que estiver pela frente em busca dos seus objetivos. Os Autobots são programados para proteger e servir. É a essência deles. E o próprio desenho é assim. Inclusive, o lado Cõmico do roteiro foi totalmente retirado dos desenhos: para quem assistia, é fácil lembrar, mas os robôs soltam piadinhas o tempo todo. Fazem auto-paródias, tiram sarro uns com os outros e até adquirem maneirismos dos humanos (eles são organismos inteligentes!). Nesse aspecto o filme é absurdamente fantástico. O bacana, também é ver os robôs lidando com sua própria forma em meio aos humanos: písar numa fonte e quebrá-la, tomar choque em cabos de alta-tensão (e adorar isso... hehehe), bancar os toscos ao ver a reação dos pais e do cachorro. Mesmo com tudo que se lê na WWW, nem tudo se aprende na frente do micro: tem que vivenciar a situação para entender. Lembrando que é um filme para todos os públicos, então mesmo nas cenas mais dramáticas tem que rolar piadinhas para agradar a MPAA, a associação de críticos, os adolescentes bobocas, os nerds, os fãs e o público em geral (aqui eu não sei se estou na categortia dos nerds, dos fãs ou do público hehehehehe)

É óbvio que, se a base do filme fossem os quadrinhos, teríamos um filme completamente diferente: os robôs nos quadrinhos são frios (mesmo os Autobots) e tem uma dificuldade grande de se relacionar com os seres humanos - por mais que alguns os protejam, os humanos tratam todos os robôs como uma ameaça, e os atacam sem dó nem piedade, na tentativa de desativá-los. As histórias em quadrinhos tinham um fundo menos engraçado e, inclusive, as lutas eram muito mais violentas (com metal retorcido por todos os lados). Claro que haviam humanos que diferenciavam uns dos outros, mas era o mínimo. Tanto que algo parecido com o "Sector 7", mostrado no filme, era nos quadrinhos chamado de TAAR (Time Anti-ROBô de Ataques Rápidos). Normalmente as baixas sempre eram do lado dos Autobots que eram detonados pelo TAAR tentando proteger os humanos. E falando nos humanos, achei ótimo o trabalho de Shia LaBouf. Carisma, timing cômico e uma cara de nerd assustado que criou o melhor personagem humano do filme! As cenas entre ele e os pais são ótimas!

Como foi feito antes das duas sequências de Matrix, a onda agora é contar uma história multimídia, ou seja, o filme sozinho se vende, mas para entender mais sobre a história foi lançado um material 'extra' do filme em quadrinhos (como se fosse um 'prequel') explicando muita coisa até o ponto em que o filme começa. Como vivemos no Brasil, obviamente, as 4 edições dessa minissérie em quadrinhos não chegaram aqui antes do filme estrear.

Conclusão: como Transfã assumido, fiquei muito satisfeito com a película. Tenho uns pontos que não concordo e cenas que, para mim, faltou alguma coisa (como por exemplo, uma cena em meio a batalha, onde os Autobots são sumariamente atacados e ao final da mesma, o Jazz continua em seu modo carro... nada a ver!), mas no geral foi um filme que me empolgou e me faz esperar ansiosamente pelo segundo. Comprei o DVD (edição especial com 2 Discos, é claro!) e assim que conseguir assistir os Extras, quero comentá-los aqui no X-nema.

Fim do Post de hoje! Falei demaaaaaaaaaaaaaaaaais...

Imagem que eu fiz para papel de parede com base nas fotos de divulgação do filme. Para ver as originais procure no Omelete

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Há um ano...

... eu comecei este Blog. Sem nenhuma surpresa para mim, acabei deixando-o abandonado literalmente. Digo que para mim não foi surpresa pois, esta era a enésima tentativa de começar a "blogar". Bastou juntar estudos, com trabalho, com esgotamento e pronto: mais um blog era deixado de lado. O refrão "another one bites the dust" do Queen não me saiu da cabeça nesse período de 'abandono'.

Então, após algumas pessoas muito queridas ficarem me perguntando sobre quando iria voltar a Blogar, resolvi que era hora de dar uma nova chance a essa maravilha que é a "liberdade de expressão" na Internet. E aqui estamos nós, recomeçando!

Não estou prometendo uma periodicidade. Por mais que eu queira, sei que, enquanto eu não acertar algumas velhas pendências minhas com minha vida profissional e afetiva, não vou conseguir manter-me constante na escrita. Mas, o importante é tentar, certo?

Então, dito isso, estou re-inaugurando o X-nema, mas com um foco diferenciado. Aqui não vou falar apenas sobre lançamentos, mas vou falar sobre essa grande salada que é a vida, minha vida em particular. Claro que sempre vou procurar relacionar aos fimes... mesmo porque o Cinema é uma das maiores paixões que eu tenho.

Então, vamos a um breve retrospecto: o X-Nema começou com uma gafe muito feia! O bonitão aqui, cuja mente é mais rápida no pensamento do que os dedos são para digitar, em seu primeiro post chamou, descaradamente, o cinema de "oitava arte". Putz! Até recebi comentários corrigindo meu erro. E foi erro mesmo! Não tem desculpa, nem justificativa. Errei.

O lance é que na hora de escrever a idéia era fazer uma alusão às 7 maravilhas do mundo, colocando o cinema como a Oitava Maravilha (um exagero de cinéfilo), e finalizar chamando o cinema de Sétima Arte. O que saiu foi a lambança de dizer que o cinema é a oitava arte... Mico total! Mas que já foi corrigido! Agradeço ao JJ e ao Kill pela "chamada de atenção".

Passada a sessão "falha nossa", voltamos a nossa programação normal. O X-nema está de volta ao ar. Pretendo agora, quando não puder postar algo novo, resgatar alguns dos textos que eu mandei para um grupo de discussão sobre cinema, onde conheci pessoas maravilhosas. E reforçando a idéia, não vou falar apenas de filmes, mas da vida como um todo.

Para finalizar, o lema para 2008: Juízo... nenhum!